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29 de outubro de 2010

- Um tesouro de Urupema


                         




Leopoldo, o vinho top da Santo Emílio.

Nos últimos anos, o estado de Santa Catarina tem se destacado pela qualidade de seus vinhos, vários deles merecidamente vencedores de prêmios importantes em avaliações recentes. Por trás desse sucesso, há quase sempre uma história de empreendedorismo visionário, como a que garantiu a excelência dos rótulos da Villaggio Grando e da Vinícola Pericó, pioneira na produção de icewine no Brasil.

Uma história parecida se repete na Vinícola Santo Emílio. O empreendimento começou em 2003, quando a família Binotto adquiriu a Fazenda Quinta dos Montes, em Urupema. Numa região que fica entre as mais geladas do Brasil, a Quinta dos Montes oferece um terroir propício ao cultivo de uvas de alta qualidade, a 1.200 metros de altitude. Para produzir vinhos de classe mundial, a Vinícola Santo Emílio contando para isso com experts de fora do Brasil.
Um dos frutos desse esforço é o surpreendente Leopoldo, assemblage que contou com a consultoria da enóloga argentina Susana Balbo. Mas não é só o conhecimento estrangeiro que está por trás desse excelente corte de merlot e cabernet sauvingon, cuja safra 2007 conquistou a Medalha de Ouro no Concurso Internacional de Bruxelas, no ano passado. O êxito do Leopoldo também se deve ao talento de uma jovem enóloga brasileira, Patrícia Poggere, natural de São Marcos, RS. Patrícia já havia trabalhado com Susana Balbo na Vinícola Domínio Del Plata, além de ter estagiado na França, onde manteve contato com enólogos prestigiados. Para chegar ao Leopoldo, ela trabalhou duro, desenvolvendo linhas de vinificação distintas para as duas castas que entraram no corte.  
O merlot passou por maceração pré-fermentativa a frio de 24 horas. A fermentação alcoólica prosseguiu com duas remontagens diárias, a temperaturas entre 25ºC e 30ºC. O descube foi realizado 9 dias após o esmagamento e não houve prensagem, apenas esgotamento. “No caso do cabernet sauvignon, não realizamos a maceração pré-fermentativa”, diz Patrícia. O descube foi realizado no 12º dia. Os vinhos seguiram para barricas novas 100% francesas. Após 10 meses foi definido o corte, 60% merlot e 40% cabernet sauvignon.

Nota de degustação: Coloração vermelho intenso e profundo. Bouquet frutado, especiarias, baunilha, ameixa seca e geléia de frutas vermelhas. Na boca, é aveludado com notas de madeira, mas com predominância da fruta.

Harmonização: Saltimboca, ossobucco e carnes acompanhadas de massas ou risotos bem condimentados ; caças, queijos e embutidos.

Onde encontrar:  Eivin – Distribuidora de Vinhos Brasileiros
tel.: (11) 5042.3890 http://www.eivin.com.br/

25 de outubro de 2010

Não procuro medidas exatas.





_ Não  procuro medidas exatas, não procuro paixões avaçaladoras, não procuro o tempo certo, quero a pessoa errada na hora certa, porque depois mudo isso tudo... ai a hora fica errada e a pessoal certíssima.



Quero me deslumbrar com o brilho das estrelas. 
Quero apreciar a lua e sentir a brisa do mar.
Quero tomar um porre pra encher o saco das pessoas e depois sorrir, mas sorrir muito .
Quero sentar numa calçada qualquer e chorar.


É difícil me iludir porque aprendi a não esperar muito das pessoas. Odeio o frio, o tumulto, o aperto de mão ( ah o aperto de mão ).
Quero sentimentos desprovidos de qualquer interesse, consigo isso nos tempo de hoje?

Mykaelly Morais ;*

17 de outubro de 2010

Qualquer Coisa...

Fica parado à porta e eu nem vejo, estou de costas fazendo coisas como escrever, limpar cinzeiros ou olhar o céu pela janela. Fica parado à porta uma porção de tempo, e eu nem vejo, mas dura pouco. Em seguida algum toque quente como um olhar fixo começa a me queimar a nuca, então abandono o que estou fazendo, seja o que for, e não sei bem se me volto lenta ou rapidamente, para surpreende-lo no momento exato de baixar os olhos e afastar a mão apoiada na parede, como se recém chegasse e estivesse parado ali uma porção de tempo, olhando. Sei que está azul, ou verde, ou branco, talvez os três juntos, talvez outros ainda, talvez nenhum: mas me volto rápida ou lentamente, e nesse movimento qualquer coisa que tenho entre as mãos cai ao chão, e antes de dizermos qualquer coisa há a necessidade quase milenar de curvar-se para apanhar o objeto caído, um livro, um cigarro, provavelmente uma estrela. E só depois ou durante o tempo em que vêm subindo no ar as mãos douradas segurando essa coisa qualquer é que nos olhamos e começo a entrar no mar sem medo antigo, e pela primeira vez, a água não parece fria nem escura, nem arde nos olhos quando mergulho. Mergulho fundo para voltar em seguida à tona, mas não consigo, qualquer coisa como algas ou raízes ou peixes ou mesmo estrelas me prendem a esse fundo de fogo claro. E me debato sem vontade, sabendo que além da superfície há um dia esmaecido, que ainda é outono e um pajem caminha num parque qualquer, todas as tardes, com um livro ou uma folha nas mãos douradas e sozinhas. Mas é azul à minha volta, e embora me doa esse azul entrando pelos sentidos, é ali que quero ficar agora, naquele fundo claro de fogo, com algas de madrepérola aprisionando meus tornozelos, alguns tesouros além, navios piratas, ouros, terras, sereias. Faço um movimento brusco e venho à tona como se voltasse a mim, e vou saindo lentamente do azul, sento na areia áspera e fico olhando a superfície que volta a ser polida e fria como vidro. Antigo medo, que me encara com olhos que guardam algas de madrepérola no claro fogo do fundo, e que recusa me matar de azul, porque talvez eu não suportasse, e não posso morrer porque é preciso, ainda, sacudir a areia da roupa branca e estender a mão para o livro, cigarro ou estrela que sobe em outras mãos douradas. E sorrir, então, e dizer bom dia, boa tarde, talvez boa noite, e convidar a sentar, como se costuma nessas situações, e explicar sempre que não há onde sentar, e espalhar cinzeiros, fechar a porta, escolher rapidamente um disco lento e abandonar a coisa que estivesse fazendo para sentar no canto oposto da cama, talvez cruzar as pernas, acender um cigarro, abrir um livro, olhar uma estrela e falar ouvir durante horas coisas duras e inúteis, e de repente me perceber novamente deslizando para um mar aberto feito boca, convite na esquina, veludo atrás de vidraça, e não ceder porque não seria de esperar que eu cedesse agora, nessas situações, embora me consuma, e penso. E de repente como girar num roda louca que joga de novo eu mesmo neste mesmo parque, com este mesmo livro ou esta mesma folha onde vou desenhando devagar uma estrela enquanto o cigarro queima em fogo claro, e depois ler ou ficar à toa olhando os verdes fumando à espera que um pajem passe de mãos sozinhas que faça encher de encanto as algas de madrepérola me seguram pelos pulsos e eu não resisto e já não importam os parques os pajens as folhas os livros os cigarros as estrelas as guitarras a loucura de líquidos derramados sobre o tapete que tudo absorve há dezesseis anos: apenas essas algas nos meus pulsos e os tesouros as sereias os reis com suas capas de arminho os atlantes os castelos e parques sem adolescentes sem folhas nem livros em árvores sem esperas e bancos despidos de inscrições parques verdes de paz e uma coisa grita pouco abaixo do meu centro escuro mas eu a trato como lenhador à serpente estanguida eu a levo para casa preparo o fogo e alimento e abro janelas e portas para voltar correndo às algas de madrepérola que agora se afrouxam e me soltam lentamente para me abandonar outra vez na mesma praia de areia seca olhando esse mar frio que se recusa a me matar de azul e que me dói exatamente como se eu fosse um menino pobre a quem se mostrassem um doce da janela de um carro em alta velocidade. Vou escrevendo poemas como Anchieta pelo corrimão branco da escada e abro uma porta escura para a rua cheia de cotovelos, dentes rangendo, hesitações, temores, diplomas e [ilegível]. Depois volto devagar por um caminho que já não consigo decifrar, e me perco em labirintos pela sala vazia, ligodesligo ingridgarthumphreybergmann e o leite escorre pela minha garganta seca de areia, de água salgada, de ar rarefeito, e tento novamente descobrir tesouros escondidos pelos cantos, como ninhos de Páscoa, e tento reescrever poemas desfeitos pelo vento no corrimão branco, e tudo de repente se fecha em torno de mim como uma bola cheia de espinhos, mas sorrio, contido, e dou as costas para a porta e depois volto a fazer coisas como escrever, limpar cinzeiros ou olhar o céu pela janela. E não espero que outra vez um toque quente como um olhar fixo me queime a nuca e me voltar para encontrar um valete de paus, de mãos estendidas para esse objeto qualquer caído há pouco, um livro, um cigarro, provavelmente uma estrela.

Caio Fernando Abreu


 NOTA: Texto não revisado, extraído da revista Bravo! de fevereiro de 2006.

16 de outubro de 2010

Eu repito todas as manhãs

"..  Que seja doce o dia quando eu abrir as janelas e lembrar de você. Que sejam doce os finais de tardes, inclusive os de segunda-feira - quando começa a contagem regressiva para o final de semana chegar. Que seja doce a espera pelas mensagens, ligações e recadinhos bonitinhos. Que seja (mais do que) doce a voz ao falar no telefone. Que seja doce o seu cheiro. Que seja doce o seu jeito, seus olhares, seu receio. Que seja doce o seu modo de andar, de sentir, de demonstrar afeto. Que sejam doce suas expressões faciais, até o levantar de sobrancelha. Que seja doce a leveza que eu sentirei ao seu lado. Que seja doce a ausência do meu medo. Que seja doce o seu abraço. Que seja doce o modo como você irá segurar na minha mão. Que seja doce. Que sejamos doce.."


Grande Caio Fernando Abreu

15 de outubro de 2010

"Frescos morangos, vivos, vermelhos.."

" Daí penso coisas bobas quando, sentado na janela do ônibus, depois de trabalhar o dia inteiro, encosto a cabeça na vidraça, deixo a paisagem correr, e penso demais em você.
Ah, mas tudo bem. Em seguida todo mundo se acostuma. As pessoas esquecem umas das outra com tanta facilidade. Como é mesmo que minha mãe dizia? Quem não é visto não é lembrado. Longe dos olhos, longe do coração. Pois é.
... Que lindo encontrar contigo todas as manhãs de todos estes dias de todos estes anos...
Desculpa, digo, mas se eu não tocar você agora vou perder toda a naturalidade,
não conseguirei dizer mais nada, não tenho culpa, estou apenas me sentindo sem controle, não me entenda mal, não me entenda bem, é só esta vontade quase simples de estender o braço para tocar você...
Deitada no ombro dele, ela via seu rosto muito próximo. Esse era o sonho, nada mais.
É preciso que você venha nesse exato momento.Abandone os antes. Chame do que quiser. Mas venha. Quero dividir meus erros, loucuras, beijos, chocolates... Apague minhas interrogações. Por que estamos tão perto e tão longe?
Quero acabar com as leis da física,dois corpos ocuparem o mesmo lugar! Não nego. Tenho um grande medo de ser sozinha. Não sou pedaço. Mas não me basto.
Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida. E não darei. Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranquilidade possível que estou só do que ficar à mercê de visitas adiadas, encontros transferidos."



"...é fundamental que você escute todas as palavras, todas, e não fique tentando descobrir sentidos ocultos por trás do que estou dizendo, sim, eu reconheço que muitas vezes falei por metáforas, e que é chatíssimo falar por metáforas, pelo menos para quem ouve, e depois, você sabe, eu sempre tive essa preocupação idiota de dizer apenas coisas que não ferissem..."


"E tudo por aqui, na verdade , vai bem. Pulo os poços, quando pintam - e como pintam!"


"Me cobrou um amor, que no momento eu só posso sentir por mim...
Meu amor próprio, é tão grande que não cabe você!"


"Anyway, me dói a possibilidade de um não, me dói a possibilidade de um silêncio, me dói não saber de que forma chegar a ele, sacudi-lo, dizer 'me olha, me encara, vamos ou não vamos nessa?'"


 Caio Fernando Abreu

11 de outubro de 2010

| Um pouco de silêncio, página 43










" Nunca esqueci da experiência de  quando alguém botou a mão no meu ombro de criança e disse:
- Fica quietinha, um momento só, escuta a chuva chegando.
E ela chegou: intensa e lenta, tomando tudo singularmente novo. A quietude pode ser como essa chuva: nela a gente se refaz para voltar mais inteiro ao convívio, às tantas frases, às tarefas, aos amores.
Então, por favor, me deem isso: um pouco de silêncio bom para que eu escute o vento das folhas, a chuva nas lajes, e tudo o que fala muito além das palavras de todos os textos e da música de todos os sentimentos."





Nota: Lya Lyft - Pensa é trangredir

8 de outubro de 2010

Momento Curiosidade - Por que Blu-ray e não Blue-ray ?


Para começar essa matéria existe uma pequena duvida que a maioria das pessoas um dia já se perguntou ou ainda perguntará. Escreve-se “Blu-ray” ou “Blue-ray”? ou porque “Blu-ray” e não “Blue-ray”?
O que acontece é que muitas pessoas (até mesmo eu) tem uma característica de nunca ler uma palavra inteira antes de ler à próxima. Quem sabe seja por conta disso, que eu nunca tinha reparado que a nova tecnologia de mídia digital chama-se “Blu-ray” e não “Blue-ray”.

Eis que surgiu outra dúvida:

O leitor realmente utiliza laser (raio) azul, porque Blu e não Blue? Sendo lógico a esse ponto isso nem parece uma questão difícil de solucionar. Mas acontece que a explicação para isso é bem simples, acompanhe…
É que “Blue” (azul em inglês) é uma palavra muito comum, várias leis de registro de marcas pelo mundo todo não permitem a utilização dessa palavra para registrar um nome/produto.
A maioria dos que usam computador desde a década de 90, deve se lembrar de que depois dos processadores Intel 286 (lê-se separado: dois-oito-meia) vieram os 386, depois os 486 e depois… Não, não vieram os 586. A Intel, por problemas parecidos de registro de marca, alterou o nome da linha de processadores para “Pentium”.

Uma informação bastante interessante, só para complementar.



NOTA: Você Sabia - Seu portal de curiosidades

4 de outubro de 2010

" E te curto todos os dias "

"Ela é mais que um sorriso tímido de canto de boca, dos que você sabe que ela soube o que você quis dizer.
Ela fala com o coração e sabe que o amor, não é qualquer um que consegue ter. Ela é a sensibilidade de alguém que não entende o que veio fazer nessa vida, mas vive..."




Essa frase reflete meu estado de espírito, na verdade, cada palavra que leio de Caio me faz refletir. Já teve a sensação de que nunca conheceu uma pessoa mais tem uma forte ligação com ela?  É dessa forma que me identifico com o GRANDE CAIO, comecei a ler os trechos dele no status do Orkut de alguém conhecido e gostava do que estava lendo, pesquise sobre  Caio Fernando Abreu e descobri que foi um grande escritor brasileiro, dramaturgo e jornalista usando uma escrita bem pessoal, falando de medo, sexo e de morte, principalmente, da angustiante solidão.


“ mordo devagar uma das maçãs que você me traz e cuido meus olhos para não me traírem e não te assustarem e não ficarem querendo entrar demais dentro dos teus olhos, então eu cuido devagar tudo o que digo e todo movimento, porque eu quero que você venha outras vezes. (...) A cada dia viver me esmaga com mais força.

E tudo que oferece!

"Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso."

-

"Fim de tarde. Dia banal, terça, quarta-feira. Eu estava me sentindo muito triste. Você pode dizer que isso tem sido freqüente demais, até mesmo um pouco (ou muito) chato. Mas, que se há de fazer, se eu estava mesmo muito triste? Tristeza-garoa, fininha, cortante, persistente, com alguns relâmpagos de catástrofe futura. Projeções: e amanhã, e depois? e trabalho, amor, moradia? o que vai acontecer? Típico pensamento-nada-a-ver: sossega, o que vai acontecer acontecerá. Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará. Essas coisas meio piegas, meio burras, eu vinha pensando naquele dia. Resolvi andar."


Caio Fernando Abreu

2 de outubro de 2010

"Minhas obviedades possuem mapas complexos." - Caio Fernando Abreu

''Não estou desesperada, não mais que sempre estive, não estou bêbada nem louca, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída.''

-

"Por trás da palma da mão contra o peito, por trás do pano da camisa entre massas de carne entremeadas de músculos, nervos, gorduras, veias, ossos, o coração batia disparado. Você vai me abandonar – repetiu sem som, a boca movendo-se muito perto do fone – e eu nada posso fazer para impedir. Você é meu único laço, cordão umbilical, ponte entre o daqui de dentro e o lá de fora. Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. Você rasga devagar seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida em silêncio no prato."

-

"Não consegui. Do grande esforço através dos doze meses, doze signos, doze faces, só guardo essa certeza. Que tonta travessia. Tudo bem, descansa. Faz parte, não conseguir. Como Sísifo, se queres mitologias. Queres ainda? Por favor, estou farto. Brilhos baratos, as jóias eram todas falsas. Está certo, mas não quiseram te fazer mal. O mal não existe reverso do bem. Tanto faz, só peço que me deixem. Vou ficar encostado na árvore até amanhecer. Olhos abertos, feito uma vela acesa. Se ela insistir, direi que não tenho piedade alguma. Que não compreendo, não aceito nem perdôo mais a loucura. Se ele vier, pedirei que fique. Serei bom para ele. Mentira, não pedirei nem direi nada a ninguém. É indivisível, aprendi. Talvez consiga dormir. Talvez consiga acordar amanhã finalmente livre de tudo isso. Terei apenas um corpo, poucos pensamentos, todos pequenos. Sei que foi inútil quando os vejo obstinados recomeçar e recomeçar sempre. Uma serpente que morde a própria cauda, um círculo infinito de enganos, Maya. Talvez não, perdeste a fé? Não te castiga assim, está tudo em paz. Nunca houve cães. É como uma cantiga de ninar nas cinzas do fim do mundo. Um barbitúrico, se preferires. Entorpece, melancólico, te leva para longe. Já se perdeu, não há futuro. Repousa, meu amigo. Deixa-me passar a mão nos teus cabelos. Está amanhecendo. Em voz baixa, eu canto para te enganar."

-

"Pertencia àquela espécie de gente que mergulha nas coisas às vezes sem saber por que, não sei se na esperança de decifrá-las ou se apenas pelo prazer de mergulhar…”

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"Remexa na memória, na infância, nos sonhos, nas tesões, nos fracassos, nas mágoas, nos delírios mais alucinados, nas esperanças mais descabidas, na fantasia mais desgalopada, nas vontades mais homicidas, no mais aparentemente inconfessável, nas culpas mais terríveis, nos lirismos mais idiotas, na confusão mais generalizada, no fundo do poço sem fundo do inconsciente: é lá que está o seu texto. Sobretudo, não se angustie procurando-o: ele vem até você, quando você e ele estiverem prontos. Cada um tem seus processos, você precisa entender os seus. De repente, isso que parece ser uma dificuldade enorme pode estar sendo simplesmente o processo de gestação do sub ou do inconsciente."

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"Às vezes a gente vai-se fechando dentro da própria cabeça, e tudo começa a parecer muito mais difícil do que realmente é. Eu acho que a gente não deve perder a curiosidade pelas coisas: há muitos lugares para serem vistos, muitas pessoas para serem conhecidas."

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"E quando alguém, no plano real, toma forma, a gente imediatamente projeta toda aquela emoção presa na garganta do sonho. E fatalmente se fode, porque está tentando adequar/ajustar um arquétipo, uma imagem de toda a nossa infinita carência, nossa assustadora sede, a uma realidadezinha infinitamente inferior."

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"Meu irmão, a gente tem que descobrir maneiras
— sejam quais forem — de ficarmos fortes."


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"Quando se deseja realmente dizer alguma coisa, as palavras são inúteis. Remexo o cérebro e elas vêm, não raras, mas toneladas. Deixam sempre um gosto de poeira na boca - a poeira do que se tentava expressar, e elas dissolveram. Quanto mais palavras ocorrem para vestir uma idéia, mais essa idéia resiste a ser identificada. As sucessivas roupas sufocam a sua nudez. E todas as palavras são uma grande bolha de sabão, às vezes brilhante, mas circundando o vazio.
Ah, se eu pudesse escrever com os olhos, com as mãos, com os cabelos - com todos esses arrepios estranhos que um entardecer de outono, como o de hoje, provoca na gente."


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"Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras; e por tudo isso, ando cada vez mais só..."

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‘Como se algo estivesse perfeito. Eu insisto no perfeito, era assim: pouco antes da perfeição se cumprir. Perfeito, preparado para acontecer e, de repente, não acontecesse. Não acontece. E logo depois, quando você ainda nem entendeu direito o que aconteceu, ou o que não aconteceu, ou por que deveria ter ou não ter acontecido, vem alguém de repente e te dá um soco no estômago. E a mão que daqui a pouco você tinha certeza que ia estar cheia, pronto!, está vazia de novo’


Grande Caio F. Abreu

Momento Curiosidade - Os benefícios do bocejo

Pode parecer estranho, mas é isso mesmo! Bocejar ajuda a resfriar o cerebro e melhora a atenção.
Da próxima vez que alguém reclamar de um bocejo seu, pode responder: “bocejo, porque quero prestar mais atenção em você”. Segundo um grupo de psicólogos americanos, essa pode ser exatamente a função do ato de bocejar: resfriar o cérebro para melhorar a concentração. Assim sendo, em vez de preparar o corpo para dormir, o bocejo seria, na verdade, uma maneira de evitar o sono. A notícia foi divulgada no site da revista americana “New Scientist”.
Você já percebeu que o bocejo é contagioso? Já?
Mas talvés o que você não saiba é que agora cientistas descobriram que as pessoas gentis são mais suscetíveis à transmissão.

O psicólogo Steven Platek, da Universidade Drexel, na Filadélfia (EUA), e seus colegas da Universidade do Estado de Nova York mostraram um vídeo com uma pessoa bocejando a um grupo de 65 estudantes. Os que abriram a boca diante da tela apresentaram maior pontuação num teste psicológico medindo a empatia. Os estudantes imunes ao contágio eram, por outro lado, menos predispostos a reconhecer que um insulto pode ofender outra pessoa.
Falando nisso, é bom comentar que a falta de sono afeta o combate a doenças.

Dica do dia

  • Arca de Nóe - Filme
  • Nikita - Séries
  • The Big Bang Theory - Séries
  • Dexter - Séries
  • Touch - Séries
  • 50 / 50 - Filme
  • Amizade Colorida - Filme
  • Confiar - Filme
  • A Bela Adormecida - Filme
  • Pedras de Calcutá - Caio Fernando Abreu
  • O Ovo Apunhalado - Caio Fernando Abreu
  • Morangos Mofados - Caio Fernando Abreu
  • As Frangas - Caio Fernando Abreu
  • Convivendo com os Diabinhos - Mirim Roders
  • Decisões Extremas - Filme
  • O Poder e a Lei - Filme
  • Os segredos da mente milionária - T. Harv Eker
  • Piaf - Filme
  • O Varredor de Cinzas - Livro
  • Apenas Sexo - Filme

Ache aqui!

Os infinitos mais vistos

Isso é escrever

“Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja. Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia. Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicto que nada é para sempre." (Gabriel García Márquez)

Definição

"Me mande mentalmente coisas boas. Estou tendo uns dias difíceis, mas nada, nada de grave. Dias escuros sem sorrisos, sem risadas de verdade. Dias tristes, vontade de fazer nada, só dormir. Dormir porque o mundo dos sonhos é melhor, porque meus desejos valem de algo, dormir porque não há tormentos enquanto sonho, e eu posso tornar tudo realidade. Quando acordo, vejo que meus sonhos não passam disso, sonhos; e é assim que cada dia começa: desejando que não tivesse começado, desejando viver no mundo dos sonhos, ou transformar meu mundo real num lugar que eu possa viver, não sobreviver."
(CFA)

Pausado

Pausado
"Tô feliz, to despreocupado, com a vida eu to de bem"

Quem sigo

Um Pouco

"Mas como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim. A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes. Porque aprendi, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica. Dá sempre pra tirar um coelho da cartola. E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, tentar acertar os passos. Sem me preocupar se a próxima etapa será o tombo ou o voo. Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que não dá é pra ficar parado. Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim.” (Caio Fernando Abreu)