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30 de setembro de 2010

Ser ou simplesmente está?


Ser o melhor, o perfeito, esta cansado, enfatizado. Querer mudar é querer passar de fase. Os medos atormentam as desilusões causas, as brigas confundem e o coração sofre. Ser a pessoa feliz ou esta completamente feliz?!  São geradas as perguntas sem respostas, ou até mesmo, as perguntas com as respostas que não queremos ter. É tudo tão complexo. Tão cheio de mistérios, surpresas, anseios, desprezo. O amargo surge nos lábios, esses lábios que querem sentir novamente o doce da vida.
O prazer de esta nela, de viver ela de fazer dela algo mais construtivo, porque tudo parece estar tão desperdiçado,  tão perdido.  A ardência da pele chega dá arrepios.. Estranho o fato de viver mais não parecer esta vivo. De querer mais não fazer acontecer. Medo? Insegurança? Passividade? Eloquência isso tudo não?
Aceitar as críticas e fazer delas as mais sábias respostas para o hoje ou simplesmente tapar os ouvidos para que as respostas venham através de fatos?
Dentre o medo escolho a audácia ela rege nossos passos. Estimula-nos, nos dá força.

Mykaelly Morais ;*

29 de setembro de 2010

Volta que eu te cuido. Caio Fernando Abreu

"Penso em você principalmente como a minha possibilidade de paz — a única que pintou até agora, “nesta minha vida de retinas fatigadas”. E te espero. E te curto todos os dias. E te gosto. Muito".

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"Ou talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor.Eu gosto de gostos, eu gosto de pele, de cheiro, de amor verdadeiro."

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"É difícil me iludir, porque não costumo esperar muito de ninguém. Odeio dois beijinhos, aperto de mão, tumulto, calor, gente BURRA e quem não sabe mentir direito. Não puxo saco de ninguém, detesto que puxem meu saco também. Não faço amizades por conveniência, não sei rir se não estou achando graça, não atendo o telefone se não estou com vontade de conversar".

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..." e novamente encherás o cálice com um pouco mais de vinho para que o líquido descendo por tua garganta trêmula vá de encontro a essa claridade que tentas, precário, transformar em palavras luminosas para ofender a ele".

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"Acordo com a voz safada de Cazuza repetindo em minha orelha fria: "quem tem um sonho não dança, meu amor."

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"E gosto das tuas histórias. E gosto da tua pessoa. Dá um certo trabalho decodificar todas as emoções contraditórias, confusas, somá-las, diminuí-las e tirar essa síntese numa palavra só, esta: gosto."

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"...A gente tem o vício (eu, pelo menos) de matar a alegria com mil análises críticas que geralmente não têm nada a ver.
Toque o barco sem medo. Gente como você é sempre uma força."


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"E tô achando bom, tô repetindo que bom, Deus, que sou capaz de estar vivo sem vampirizar ninguém, que bom que sou forte, que bom que suporto, que bom que sou criativo e até me divirto e descubro a gota de mel no meio do fel. Colei aquele “Eu Amo Você” no espelho. É pra mim mesmo".

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"Joguei sobre você tantos medos, tanta coisa travada, tanto medo de rejeição, tanta dor. Difícil explicar. Muitas coisas duras por dentro. Farpas. Uma pressa, uma urgência.E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. "

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"Ah, mas tudo bem. Em seguida, todo mundo se acostuma. As pessoas esquecem umas das outra com tanta facilidade. Como é mesmo que minha mãe dizia? 'Quem não é visto, não é lembrado. Longe dos olhos, longe do coração'. pois é."


Ah.. Caio Fernando Abreu, entro em êxtase ao ler seus trechos.

Momento Curiosidade - Dinheiro e prazer erótico estimulam áreas diferentes do cérebro

Imagens eróticas ativam uma área mais antiga na escala da evolução.
Estudo vai ajudar a compreender melhor vício em apostas.


Prazer erótico e ganho de dinheiro estimulam áreas diferentes do cérebro: as imagens eróticas ativam uma área mais antiga na escala da evolução, e o ganho de dinheiro ativa uma que surgiu mais recentemente, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira.
Esses resultados, que mostram "pela primeira vez" uma dissociação entre dois tipos de recompensas em nível cerebral, poderão permitir compreender melhor, por exemplo, o vício em jogos envolvendo apostas em dinheiro.
Uma equipe de pesquisadores, dirigida por Jean-Claude Dreher, do Centro de Neurociência Cognitiva de Lyon (CNRS/Universidade Claude Bernard), propôs a 18 voluntários - todos homens, com 23 anos em média- que participassem de um jogo permitindo ganhar dinheiro ou ver imagens eróticas.
A atividade cerebral dos 18 homens cobaias foi registrada em um aparelho de ressonância magnética. Durante 45 minutos, os estímulos foram apresentados, "cerca de 200 vezes seguidas", explica Guillaume Sescousse, um dos pesquisadores que participam do estudo: seja um cofre, ou imagens eróticas, com quantias maiores ou menores e imagens de maior ou menor teor erótico.
Os pesquisadores constataram que áreas diferentes do córtex orbitofrontal (situado na parte da frente do cérebro) foram ativadas por essas diferentes recompensas.
As imagens eróticas ativam a parte posterior desta área, mais antiga na escala da evolução. Os ganhos de dinheiro ativam a parte anterior do mesmo córtex, que surgiu mais recentemente no homem.
"Quanto mais as recompensas são abstratas e complexas, mais sua representação ativa regiões anteriores do córtex orbitofrontal", ressaltam os pesquisadores.
Eles notaram também que regiões do cérebro parcialmente ligadas eram estimuladas quando a cobaia descobria o valor das recompensas, que eram relacionadas a dinheiro ou erotismo, com um prazer variável e avaliaram em uma escala de 1 a 10.
As recompensas em dinheiro não eram apenas virtuais, porque as cobaias foram remuneradas "proporcionalmente ao que ganharam" durante o jogo, indicou Sescousse.
As diferentes recompensas ativam áreas variadas do cérebro. Isso poderia "explicar a especificidade de alguns vícios por uma disfunção de uma ou de outra área do cérebro", explica Guillaume Sescousse.
O estudo pode também explicar as redes de neurônios envolvidas na motivação e no aprendizado, estimuladas pelas recompensas.
O estudo sai no "Journal of Neuroscience", revista da Sociedade Americana de Neurociência.

Nota: Época

23 de setembro de 2010

Momento Saúde - Alimentos que queimam gordura

Todos sabem o que os alimentos são capazes de nos proporcionar, alguns são conhecidos como funcionais que tem a capacidade de auxiliar tratamentos de emagrecimento, evitar doenças e até tratá-las, os mais famosos são aqueles conhecidos por queimar gordura de forma saudável e natural, além de beneficiar a perda de peso muitos alimentos são fontes de nutrientes essenciais para manter o organismo em equilíbrio. Um dos alimentos comuns que ajudam na queima de gorduras é a pêra muito saborosa, baixo custo e fácil de encontrar, antes de iniciar sua dieta encha sua fruteira desta fruta e outras que terá bons resultados
As peras como citados acima tem alto teor de fibras, porém a maior parte deles está encontrada na casca, então não a retire, antes do almoço pode fornecer a sensação de saciedade evitando que consuma mais do que deveria. Amêndoas também estão no time dos alimentos que auxiliam as dietas, diminui a gordura do corpo. Pouco conhecida a Toranja pode ajudar a eliminar a gordura, mas a fruta é difícil de ser achada e o preço pouco elevado, ele é muito parecida com a laranja, mas é mais vermelha do que laranja. Que o chocolate é uma delicia todos sabem está entre os alimentos numero um no consumo em todo o mundo, porém é muito calórico e também inimigo numero um das dietas, mas ele possui antioxidantes capazes evitar que a gordura se acumule nas células do organismo, opte pelo meio amargo que é menos calórico, derreta e adicione uma colher a uma porção de frutas, uma vez por semana no máximo para não atrapalhar sua dieta.
As frutas ainda estão entre os principais alimentos que auxiliam na eliminação de gordura entre elas a maçã, abacaxi, maracujá, laranja, abacate, uvas e bananas e ainda são fontes de proteínas e minerais, assim como outros alimentos como a canela, o vinagre de maçã, pimenta vermelha, gengibre, salmão, chá verde, azeite de oliva, entre outros vale a pena adicionar estes alimentos em seu cardápio porque além de alcançar o peso ideal manterá seu organismo em equilíbrio garantindo um futuro mais saudável.

20 de setembro de 2010

Caio Fernando Abreu - Texto

" Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo.

Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas.
Tão só nesta hora tardia - eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas.
Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor.
E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver.
Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da concha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão.
No meio da fome, do comício, da crise, no meio do vírus, da noite e do deserto - preciso de alguém para dividir comigo esta sede. Para olhar seus olhos que não adivinho castanhos nem verdes nem azuis e dizer assim: que longa e áspera sede, meu amor. Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo.
Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho. Esse, simples mas proibido agora: o de tocar no outro. Querer um futuro só porque você estará lá, meu amor.
O caminho de encontrar num outro humano o mais humilde de nós. Então direi da boca luminosa de ilusão: te amo tanto. E te beijarei fundo molhado, em puro engano de instantes enganosos transitórios - que importa? (Mas finjo de adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico.
 Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio - viria? virá? - e minto não, já não preciso.) Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. Tanto meu ciclo ascético Francisco de Assis quanto meu ciclo etílico bukovskiano. Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa como eu sou o outro ser conjunto ao teu, mas não sou tu, e quero adoçar tua vida. Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão.
Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço. Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido.
Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã. "

Trechos - Caio Fernando Abreu

"Remexa na memória, na infância, nos sonhos, nas tesões, nos fracassos, nas mágoas, nos delírios mais alucinados, nas esperanças mais descabidas, na fantasia mais desgalopada, nas vontades mais homicidas, no mais aparentemente inconfessável, nas culpas mais terríveis, nos lirismos mais idiotas, na confusão mais generalizada, no fundo do poço sem fundo do inconsciente: é lá que está o seu texto. Sobretudo, não se angustie procurando-o: ele vem até você, quando você e ele estiverem prontos. Cada um tem seus processos, você precisa entender os seus. De repente, isso que parece ser uma dificuldade enorme pode estar sendo simplesmente o processo de gestação do sub ou do inconsciente.
E ler, ler é alimento de quem escreve. Várias vezes você me disse que não conseguia mais ler. Que não gostava mais de ler. Se não gostar de ler, como vai gostar de escrever? Ou escreva então para destruir o texto, mas alimente-se. Fartamente. Depois vomite. Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta. E eu acho — e posso estar enganado — que é isso que você não tá conseguindo fazer. Como é que é? Vai ficar com essa náusea seca a vida toda? E não fique esperando que alguém faça isso por você. Ocê sabe, na hora do porre brabo, não há nenhum dedo alheio disposto a entrar na garganta da gente. "


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"Completamente insano, mas extremamente sábio"

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"Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.
A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso.

A única magia que existe é a nossa incompreensão."

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"... Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira: compreendo, sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe, berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo esses dois portos gelados da solidão é vera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. E exigimos o eterno do perecível, loucos".

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" Palavras não descrevem os olhos, as bocas, os braços e abraços, nem a alegria até então desconhecida, surgida de um (re) encontro. Pra quem, há dias atrás, refletia tanto as obras do acaso, hoje compreende que realmente, o acaso não passa de um simples nada, e acredita em algo bem maior que isso. Que levará à um próximo reencontro, sem sombra de dúvidas. Mas até lá, todas as músicas cantadas estarão na mente, todos os sorrisos que ainda não acreditavam no que estava acontecendo, todos os olhares que transpareciam toda a magia do momento."

Caio Fernando Abreu - Os dragões não conhecem o paraiso

Tenho um dragão que mora comigo.

Não, isso não é verdade.

Não tenho nenhum dragão. E, ainda que tivesse, ele não moraria comigo nem com ninguém. Para os dragões, nada mais inconcebível que dividir seu espaço - seja com outro dragão, seja com uma pessoa banal feito eu. Ou invulgar, como imagino que os outros devam ser. Eles são solitários, os dragões. Quase tão solitários quanto eu me encontrei, sozinho neste apartamento, depois de sua partida. Digo quase porque, durante aquele tempo em que ele esteve comigo, alimentei a ilusão de que meu isolamento para sempre tinha acabado. E digo ilusão porque, outro dia, numa dessas manhãs áridas da ausência dele, felizmente cada vez menos freqüentes (a aridez, não a ausência), pensei assim: Os homens precisam da ilusão do amor da mesma forma que precisam da ilusão de Deus. Da ilusão do amor para não afundarem no poço horrível da solidão absoluta; da ilusão de Deus, para não se perderem no caos da desordem sem nexo.

Isso me pareceu gradiloqüente e sábio como uma idéia que não fosse minha, tão estúpidos costumam ser meus pensamentos. E tomei nota rapidamente no guardanapo do bar onde estava. Escrevi também mais alguma coisa que ficou manchada pelo café. Até hoje não consigo decifrá-la. Ou tenho medo da minha - felizmente indecifrável - lucidez daquele dia.

Estou me confundindo, estou me dispersando.

O guardanapo, a frase, a mancha, o medo - isso deve vir mais tarde. Todas essas coisas de que falo agora - as particularidades dos dragões, a banalidade das pessoas como eu -, só descobri depois. Aos poucos, na ausência dele, enquanto tentava compreendê-lo. Cada vez menos para que minha compreensão fosse sedutora, e cada vez mais para que essa compreensão ajudasse a mim mesmo a. Não sei dizer. Quando penso desse jeito, enumero proposições como: a ser uma pessoa menos banal, a ser mais forte, mais seguro, mais sereno, mais feliz, a navegar com um mínimo de dor. Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo.

Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante.
Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se não fosse nada.

Ninguém perguntará coisa alguma, penso. Depois continuo a contar para mim mesmo, como se fosse ao mesmo tempo o velho que conta e a criança que escuta, sentado no colo de mim. Foi essa a imagem que me veio hoje pela manhã quando, ao abrir a janela, decidi que não suportaria passar mais um dia sem contar esta história de dragões. Consegui evitá-la até o meio da tarde. Dói, um pouco. Não mais uma ferida recente, apenas um pequeno espinho de rosa, coisa assim, que você tenta arrancar da palma da mão com a ponta de uma agulha. Mas, se você não consegue extirpá-lo, o pequeno espinho pode deixar de ser uma pequena dor para se transformar numa grande chaga.

Assim, agora, estou aqui. Ponta fina de agulha equilibrada entre os dedos da mão direita, pairando sobre a palma aberta da mão esquerda. Algumas anotações em volta, tomadas há muito tempo, o guardanapo de papel do bar, com aquelas palavras sábias que não parecem minhas e aquelas outras, manchadas, que não consigo ou não quero ou finjo não poder decifrar.

Ainda não comecei.

Queria tanto saber dizer Era uma vez. Ainda não consigo.

Mas preciso começar de alguma forma. E esta, enfim, sem começar propriamente, assim confuso, disperso, monocórdio, me parece um jeito tão bom ou mau quanto qualquer outro de começar uma história. Principalmente se for uma história de dragões.

Gosto de dizer tenho um dragão que mora comigo, embora não seja verdade. Como eu dizia, um dragão jamais pertence a, nem mora com alguém. Seja uma pessoa banal igual a mim, seja unicórnio, salamandra, harpia, elfo, hamadríade, sereia ou ogro. Duvido que um dragão conviva melhor com esses seres mitológicos, mais semelhantes à natureza dele, do que com um ser humano. Não que sejam insociáveis. Pelo contrário, às vezes um dragão sabe ser gentil e submisso como uma gueixa. Apenas, eles não dividem seus hábitos.

Ninguém é capaz de compreender um dragão. Eles jamais revelam o que sentem. Quem poderia compreender, por exemplo, que logo ao despertar (e isso pode acontecer em qualquer horário, às três ou às onze da noite, já que o dia e a noite deles acontecem para dentro, mas é mais previsível entre sete e nove da manhã, pois essa é a hora dos dragões) sempre batem a cauda três vezes, como se tivessem furiosos, soltando fogo pelas ventas e carbonizando qualquer coisa próxima num raio de mais de cinco metros? Hoje, pondero: talvez seja essa a sua maneira desajeitada de dizer, como costumo dizer agora, ao despertar - que seja doce.
Mas no tempo em que vivia comigo, eu tentava - digamos - adaptá-lo às circunstâncias. Dizia por favor, tente compreender, querido, os vizinho banais do andar de baixo já reclamaram da sua cauda batendo no chão ontem às quatro da madrugada. O bebê acordou, disseram, não deixou ninguém mais dormir. Além disso, quando você desperta na sala, as plantas ficam todas queimadas pelo seu fogo. E, quanto você desperta no quarto, aquela pilha de livros vira cinzas na minha cabeceira.

Ele não prometia corrigir-se. E eu sei muito bem como tudo isso parece ridículo. Um dragão nunca acha que está errado. Na verdade, jamais está. Tudo que faz, e que pode parecer perigoso, excêntrico ou no mínimo mal-educado para um humano igual a mim, é apenas parte dessa estranha natureza dos dragões. Na manhã, na tarde ou na noite seguintes, quanto ele despertasse outra vez, novamente os vizinhos reclamariam e as prímulas amarelas e as begônias roxas e verdes, e Kafka, Salinger, Pessoa, Clarice e Borges a cada dia ficariam mais esturricados. Até que, naquele apartamento, restássemos eu e ele entre as cinzas. Cinzas são como sedas para um dragão, nunca para um humano, porque a nós lembra destruição e morte, não prazer. Eles trafegam impunes, deliciados, no limiar entre essa zona oculta e a mais mundana. O que não podemos compreender, ou pelo menos aceitar.

Além de tudo: eu não o via. Os dragões são invisíveis, você sabe. Sabe? Eu não sabia. Isso é tão lento, tão delicado de contar - você ainda tem paciência? Certo, muito lógico você querer saber como, afinal, eu tinha tanta certeza da existência dele, se afirmo que não o via. Caso você dissesse isso, ele riria. Se, como os homens e as hienas, os dragões tivessem o dom ambíguo do riso. Você o acharia talvez irônico, mas ele estaria impassível quanto perguntasse assim: mas então você só acredita naquilo que vê? Se você dissesse sim, ele falaria em unicórnios, salamandras, harpias, hamadríades, sereias e ogros. Talvez em fadas também, orixás quem sabe? Ou átomos, buracos negros, anãs brancas, quasars e protozoários. E diria, com aquele ar levemente pedante: "Quem só acredita no visível tem um mundo muito pequeno. Os dragões não cabem nesses pequenos mundos de paredes invioláveis para o que não é visível".

Ele gostava tanto dessas palavras que começam com in - invisível, inviolável, incompreensível -, que querem dizer o contrário do que deveriam. Ele próprio era inteiro o oposto do que deveria ser. A tal ponto que, quando o percebia intratável, para usar uma palavra que ele gostaria, suspeitava-o ao contrário: molhado de carinho. Pensava às vezes em tratá-lo dessa forma, pelo avesso, para que fôssemos mais felizes juntos. Nunca me atrevi. E, agora que se foi, é tarde demais para tentar requintadas harmonias.

Ele cheirava a hortelã e alecrim. Eu acreditava na sua existência por esse cheiro verde de ervas esmagadas dentro das duas palmas das mãos. Havia outros sinais, outros augúrios. Mas quero me deter um pouco nestes, nos cheiros, antes de continuar. Não acredite se alguém, mesmo alguém que não tenha um mundo pequeno, disser que os dragões cheiram a cavalos depois de uma corrida, ou a cachorros das ruas depois da chuva. A quartos fechados, mofo, frutas podres, peixe morto e maresia - nunca foi esse o cheiro dos dragões.

A hortelã e alecrim, eles cheiram. Quando chegava, o apartamento inteiro ficava impregnado desse perfume. Até os vizinhos, aqueles do andar de baixo, perguntavam se eu andava usando incenso ou defumação. Bem, a mulher perguntava. Ela tinha uns olhos azuis inocentes. O marido não dizia nada, sequer me cumprimentava. Acho que pensava que era uma dessas ervas de índio que as pessoas costumam fumar quando moram em apartamentos, ouvindo música muito alto. A mulher dizia que o bebê dormia melhor quando esse cheiro começava a descer pelas escadas, mais forte de tardezinha, e que o bebê sorria, parecendo sonhar. Sem dizer nada, eu sabia que o bebê sonhava com dragões, unicórnios ou salamandras, esse era um jeito do seu mundo ir-se tornando aos poucos mais largo. Mas os bebês costumam esquecer dessas coisas quanto deixam de ser bebês, embora possuam a estranha facilidade de ver dragões - coisa que só os mundos muito largos conseguem.

Eu aprendi o jeito de perceber quando o dragão estava a meu lado. Certa vez, descemos juntos pelo elevador com aquela mulher de olhos-azuis-inocentes e seu bebê, que também tinha olhos-azuis-inocentes. O bebê olhou o tempo todo para onde estava o dragão. Os dragões param sempre do lado esquerdo das pessoas, para conversar direto com o coração. O ar a meu lado ficou leve, de uma coloração vagamente púrpura. Sinal que ele estava feliz. Ele, o dragão, e também o bebê, e eu, e a mulher, e a japonesa que subiu no sexto andar, e um rapaz de barba no terceiro. Sorríamos suaves, meio tolos, descendo juntos pelo elevador numa tarde que lembro de abril - esse é o mês dos dragões - dentro daquele clima de eternidade fluida que apenas os dragões, mas só às vezes, sabem transmitir.

Por situações como essa, eu o amava. E o amo ainda, quem sabe mesmo agora, quem sabe mesmo sem saber direito o significado exato dessa palavra seca - amor. Se não o tempo todo, pelo menos quanto lembro de momentos assim. Infelizmente, raros. A aspereza e avesso parecem ser mais constantes na natureza dos dragões do que a leveza e o direito. Mas queria falar de antes do cheiro. Havia outros sinais, já disse. Vagos, todos eles.

Nos dias que antecediam a sua chegada, eu acordava no meio da noite, o coração disparado. As palmas das mãos suavam frio. Sem saber porque, nas manhãs seguintes, compulsivamente eu começava a comprar flores, limpar a casa, ir ao supermercado e à feira para encher o apartamento de rosas e palmas e morangos daqueles bem gordos e cachos de uvas reluzentes e berinjelas luzidias (os dragões, descobri depois, adoram contemplar berinjelas) que eu mesmo não conseguia comer. Arrumava em pratos, pelos cantos, com flores e velas e fitas, para que os espaços ficassem mais bonito.

Como uma fome, me dava. Mas uma fome de ver, não de comer. Sentava na sala toda arrumada, tapete escovado, cortinas lavadas, cestas de frutas, vasos de flores - acendia um cigarro e ficava mastigando com os olhos a beleza das coisas limpas, ordenadas, sem conseguir comer nada com a boca, faminto de ver. À medida que a casa ficava mais bonita, eu me tornava cada vez mais feio, mais magro, olheiras fundas, faces encovadas. Porque não conseguia dormir nem comer, à espera dele. Agora, agora vou ser feliz, pensava o tempo todo numa certeza histérica. Até que aquele cheiro de alecrim, de hortelã, começasse a ficar mais forte, para então, um dia, escorregar que nem brisa por baixo da porta e se instalar devagarzinho no corredor de entrada, no sofá da sala, no banheiro, na minha cama. Ele tinha chegado.

Esses ritmos, só descobri aos poucos. Mesmo o cheiro de hortelã e alecrim, descobri que era exatamente esse quando encontrei certas ervas numa barraca de feira. Meu coração disparou, imaginei que ele estivesse por perto. Fui seguindo o cheiro, até me curvar sobre o tabuleiro para perceber: eram dois maços verdes, a hortelã de folhinhas miúdas, o alecrim de hastes compridas com folhas que pareciam espinhos, mas não feriam. Pergunte o nome, o homem disse, eu não esqueci. Por pura vertigem, nos dias seguintes repetia quanto sentia saudade: alecrim hortelã alecrim hortelã alecrim hortelã alecrim.

Antes, antes ainda, o pressentimento de sua visita trazia unicamente ansiedade, taquicardias, aflição, unhas roídas. Não era bom. Eu não conseguia trabalhar, ira ao cinema, ler ou afundar em qualquer outra dessas ocupações banais que as pessoas como eu têm quando vivem. Só conseguia pensar em coisas bonitas para a casa, e em ficar bonito eu mesmo para encontrá-lo. A ansiedade era tanta que eu enfeiava, à medida que os dias passavam. E, quando ele enfim chegava, eu nunca tinha estado tão feio. Os dragões não perdoam a feiúra. Menos ainda a daqueles que honram com sua rara visita.

Depois que ele vinha, o bonito da casa contrastando com o feio do meu corpo, tudo aos poucos começava a desabar. Feito dor, não alegria. Agora agora agora vou ser feliz, eu repetia: agora agora agora. E forçava os olhos pelos cantos de prata esverdeadas, luz fugidia, a ponta em seta de sua cauda pela fresta de alguma porta ou fumaça de suas narinas, sempre mau, e a fumaça, negra. Naqueles dias, enlouquecia cada vez mais, querendo agora já urgente ser feliz. Percebendo minha ânsia, ele tornava-se cada vez mais remoto. Ausentava-se, retirava-se, fingia partir. Rarefazia seu cheiro de ervas até que não passasse de uma suspeita verde no ar. Eu respirava mais fundo, perdia o fôlego no esforço de percebê-lo, dias após dia, enquanto flores e frutas apodreciam nos vasos, nos cestos, nos cantos. Aquelas mosquinhas negras miúdas esvoaçavam em volta delas, agourentas.

Tudo apodrecia mais e mais, sem que eu percebesse, doído do impossível que era tê-lo. Atento somente à minha dor, que apodrecia também, cheirava mal. Então algum dos vizinhos batia à porta para saber se eu tinha morrido e sim, eu queria dizer, estou apodrecendo lentamente, cheirando mal como as pessoas banais ou não cheiram quando morrem, à espera de uma felicidade que não chega nunca. Ele não compreenderia. Eu não compreendia, naqueles dias - você compreende?

Os dragões, já disse, não suportam a feiúra. Ele partia quando aquele cheiro de frutas e flores e, pior que tudo, de emoções apodrecidas tornava-se insuportável. Igual e confundido ao cheiro da minha felicidade que, desta e mais uma vez, ele não trouxera. Dormindo ou acordado, eu recebia sua partida como um súbito soco no peito. Então olhava para cima, para os lados, à procura de Deus ou qualquer coisa assim - hamadríades, arcanjos, nuvens radioativas, demônios que fossem. Nunca os via. Nunca via nada além das paredes de repente tão vazias sem ele.

Só quem já teve um dragão em casa pode saber como essa casa parece deserta depois que ele parte. Dunas, geleiras, estepes. Nunca mais reflexos esverdeados pelos cantos, nem perfume de ervas pelo ar, nunca mais fumaças coloridas ou formas como serpentes espreitando pelas frestas de portas entreabertas. Mais triste: nunca mais nenhuma vontade de ser feliz dentro da gente, mesmo que essa felicidade nos deixe com o coração disparado, mãos úmidas, olhos brilhantes e aquela fome incapaz de engolir qualquer coisa. A não ser o belo, que é de ver, não de mastigar, e por isso mesmo também uma forma de desconforto. No turvo seco de uma casa esvaziada da presença de um dragão, mesmo voltando a comer e a dormir normalmente, como fazem as pessoas banais, você não sabe mais se não seria preferível aquele pântano de antes, cheio de possibilidades - que não aconteciam, mas que importa? - a esta secura de agora. Quando tudo, sem ele, é nada.

Hoje, acho que sei. Um dragão vem e parte para que seu mundo cresça? Pergunto - porque não estou certo - coisas talvez um tanto primárias, como: um dragão vem e parte para que você aprenda a dor de não tê-lo, depois de ter alimentado a ilusão de possuí-lo? E para, quem sabe, que os humanos aprendam a forma de retê-lo, se ele um dia voltar?

Não, não é assim. Isso não é verdade.

Os dragões não permanecem. Os dragões são apenas a anunciação de si próprios. Eles se ensaiam eternamente, jamais estréiam. As cortinas não chegam a se abrir para que entrem em cena. Eles se esboçam e se esfumam no ar, não se definem. O aplauso seria insuportável para eles: a confirmação de que sua inadequação é compreendida e aceita e admirada, e portanto - pelo avesso igual ao direito - incompreendida, rejeitada, desprezada. Os dragões não querem ser aceitos. Eles fogem do paraíso, esse paraíso que nós, as pessoas banais, inventamos - como eu inventava uma beleza de artifícios para esperá-lo e prendê-lo para sempre junto a mim. Os dragões não conhecem o paraíso, onde tudo acontece perfeito e nada dói nem cintila ou ofega, numa eterna monotonia de pacífica falsidade. Seu paraíso é o conflito, nunca a harmonia.

Quando volto apensar nele, nestas noites em que dei para me debruçar à janela procurando luzes móveis pelo céu, gosto de imaginá-lo voando com suas grandes asas douradas, solto no espaço, em direção a todos os lugares que é lugar nenhum. Essa é sua natureza mais sutil, avessa às prisões paradisíacas que idiotamente eu preparava com armadilhas de flores e frutas e fitas, quando ele vinha. Paraísos artificiais que apodreciam aos poucos, paraíso de eu mesmo - tão banal e sedento - a tolerar todas as suas extravagâncias, o que devia lhe soar ridículo, patético e mesquinho. Agora apenas deslizo, sem excessivas aflições de ser feliz.

As manhãs são boas para acordar dentro delas, beber café, espiar o tempo. Os objetos são bons de olhar para eles, sem muitos sustos, porque são o que são e também nos olham, com olhos que nada pensam. Desde que o mandei embora, para que eu pudesse enfim aprender a grande desilusão do paraíso, é assim que sinto: quase sem sentir.

Resta esta história que conto, você ainda está me ouvindo? Anotações soltas sobre a mesa, cinzeiros cheios, copos vazios e este guardanapo de papel onde anotei frases aparentemente sábias sobre o amor e Deus, com uma frase que tenho medo de decifrar e talvez, afinal, diga apenas qualquer coisa simples feito: nada disso existe.

Nada, nada disso existe.

Então quase vomito e choro e sangro quando penso assim. Mas respiro fundo, esfrego as palmas das mãos, gero energia em mim. Para manter-me vivo, saio à procura de ilusões como o cheiro das ervas ou reflexos esverdeados de escamas pelo apartamento e, ao encontrá-los, mesmo apenas na mente, tornar-me então outra vez capaz de afirmar, como num vício inofensivo: tenho um dragão que mora comigo. E, desse jeito, começar uma nova história que, desta vez sim, seria totalmente verdadeira, mesmo sendo completamente mentira. Fico cansado do amor que sinto, e num enorme esforço que aos poucos se transforma numa espécie de modesta alegria, tarde da noite, sozinho neste apartamento no meio de uma cidade escassa de dragões, repito e repito este meu confuso aprendizado para a criança-eu-mesmo sentada aflita e com frio nos joelhos do sereno velho-eu-mesmo:

- Dorme, só existe o sonho. Dorme, meu filho. Que seja doce.

Não, isso também não é verdade.

Livro diz que homens traem mais por causas emocionais do que por insatisfação sexual

Os homens traem menos pela falta de sexo conjugal e mais devido a motivações emocionais. É o que garante o terapeuta americano M. Gary Neuman no livro A verdade sobre a traição masculina, que, depois de ficar meses entre os mais lidos no New York Times, acaba de ser lançado no Brasil pela editora Best Seller. Neuman entrevistou cem homens fiéis e infiéis e afirma que os homens traem por causa da rotina, da falta de cumplicidade coma parceira, resultante de sua própria dificuldade de demonstrar sentimentos, e também acreditar que sua mulher não o admira mais.

Veja a pesquisa sobre que tipo de insatisfação conjugal contribui para a infidelidade:

48% – Principalmente a insatisfação emocional
32% – Insatisfação emocional e sexual de igual valor
13% – Outro tipo de insatisfação ou nenhuma insatisfação
8% – Principalmente a insatisfação sexual

Neuman diz que há uma profusão de livros sobre o drama e o sentimento das mulheres traídas, mas muito pouco sobre o que sentem os homens que traem em relação ao casamento, à vida e à masculinidade. E vai na direção contrária ao senso comum ao afastar as questões sexuais das principais causas da infidelidade. O autor diz que ouviu de muitos homens a mesma frase: “Não me sentia apreciado por minha mulher”. O sentimento de desvalorização e falta de atenção foram muito repetidos na pesquisa
“Separação emocional? Apreço? Não parece o discurso das mulheres? A grande mentira ouvida repetidas vezes é que as mulheres são as emocionais e que os homens são como pedras, necessitando apenas de muito sexo para ser felizes. Pare de acreditar nesses mitos”, diz Neuman.

O terapeuta diz ainda que a influência da família e dos amigos é extremamente relevante na decisão de trair. Ele pesquisou o comportamento de familiares e melhores amigos dos grupos de homens fiéis e infiéis e o resultado foi:

Homens fiéis cujos amigos íntimos traíram/traem – 47%
Homens infiéis cujos amigos íntimos traíram/traem – 77%
Homens fiéis cujos familiares traíram/traem – 33%
Homens infiéis cujos familiares traíram/traem – 53%
Homens fiéis cujo pai traiu ou havia suspeita – 28%
Homens infiéis cujo pai traiu ou havia supeita – 50%

“Ter amigos ou parentes infiéis cria uma atmosfera que torna a traição uma parte da vida diária”, diz o terapeuta.
Neuman não fica só na pesquisa. Pendendo para a auto-ajuda, ele enumera num capítulo inteiro os “sinais de alerta, de traição e de mentiira”, para as mulheres terem pistas sobre a traição dos parceiros. Algumas coisas são óbvias, outras um pouco forçadas. Por exemplo: “ele me critica demais” ou “brigamos muito” seriam sinais de traição. Na minha (modesta) opinião, porém, isso significa que, de certa forma, vocês interagem e ele ainda presta atenção na parceira. Quem critica é porque se importa. Sinais de traição maiores são a falta de diálogo, o pouco tempo juntos, o fato de um ignorar o outro, de colocar tudo para debaixo do tapete.

Resumo: traição é um comportamento que guarda tanta diversidade quanto os tipos de relacionamento. Cada um tem o seu, cada um tem a sua – embora guardem pontos em comum. Para os interessados no assunto infidelidade – ou para quem desconfia que está sendo traído, o livro de Neuman pode ser um bom companheiro. Agora o autor está devendo um livro sobre infidelidade feminina. Afinal, não são só os homens que traem, certo?


Por  Martha Mendonça, dom , 19/9/2010 Época - Blog Mulher 7 x7 

17 de setembro de 2010

Palavras soltas.

Uma vontade insaciável...
Uma incerteza com quase toda certeza. Uma palavra reflete tantos sentimentos, as falta delas impõe mistérios. Se fosse fácil talvez não tivesse esse desejo todo. Uma vontade de dizer: EU ESTAVA ALI, COMPLETAMENTE ALI, entende?
Não, eu sei que não.. Qual diferença faria? Não quero ser entendida.. QUERO SER SENTIDA!


Nota: as palavras estão soltas sem fundamento pra você. No entanto elas possuem um enorme significado pra mim.

Tenha uma ótima noite!!

15 de setembro de 2010

"É pura ilusão" - Caio Fernando Abreu

"Você vai perguntar: mas houve o erro? Bem, não sei se a palavra exata é essa, erro. Mas estava ali, tão completamente ali, você me entende? No segundo seguinte, você ia tocá-la, você ia tê-la. Era tão. Tão imediata. Tão agora. Tão já. E não era. Meu Deus, não era. Foi você que errou? Foi você que não soube fazer o movimento correto? O movimento perfeito, tinha que ser um movimento perfeito.

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"Certas coisas são tão evidentes, apesar de inexplicáveis, que a gente não pode deixar de acreditar. Acreditar deveria ser o seu sobrenome."

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"Não sou pra todos. Gosto muito do meu mundinho. Ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas. Às vezes tem um céu azul, outras tempestade. Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos.Mas não cabe muita gente.Todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso. São necessárias."

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Tú olhas para o teto imaginando mil coisas, memórias, compromissos, desejos, saudades. (...) E me pergunto se, quem sabe um dia, na hora certa, nosso encontro pode acontecer inteiro. Porque tu és o único que habita a minha solidão.

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Me dói ter passado tanto tempo atento a ele — quando ele nunca ficou atento a mim. E eu passei tanta coisa dura. Rita Lee canta “são coisas da vida”. Um sim-vale- a-pena-e-vamos-nessa."

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"Então me vens e me chega e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque assim que és..."

-

"Então, de repente, sem pretender, respirou fundo e pensou que era bom viver. Mesmo que as partidas doessem, e que a cada dia fosse necessário adotar uma nova maneira de agir e de pensar, descobrindo-a inútil no dia seguinte - mesmo assim era bom viver. Não era fácil, nem agradável. Mas ainda assim era bom. Tinha quase certeza."

-

"Sabes de tudo sobre esse possível amargo futuro. Sabes também que já não poderias voltar atrás, que estás inteiramente subjugado e as tuas palavras, sejam quais forem, não serão jamais sábias o suficiente para determinar que essa porta a ser aberta agora, logo após teres dito tudo, te conduza ao céu ou ao inferno. Mas sabes principalmente, com uma certa misericórdia doce por ti, por todos, que tudo passará um dia, quem sabe tão de repente quanto veio, ou lentamente, não importa.Só não saberás nunca que neste exato momento tens a beleza insuportável da coisa inteiramente viva."

-

"Meu coração é um cálice de cristal puríssimo transbordante de licor de strega. Flambado, dourado. Pode-se ter visões, anunciações, pressentimentos, ver rostos e paisagens dançando nessa chama azul de ouro."

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"Eu quero um colo, um berço, um braço quente em torno ao meu pescoço, uma voz que cante baixo e pareça querer me fazer chorar. Eu quero um calor no inverno, um extravio morno de minha consciência e depois sem som, um sonho calmo, um espaço enorme, como a lua rodando entre as estrelas."


Nota: Esse ultimo trecho reflete tudo que desejo nesse momento, são exatamente 22:36minutos, estou em casa me delirando com as palavras de Caio Fernando Abreu.
Quero um colo, um abaço, uma palavra de conforto.
Ahhh Caio, se tu fosse vivo...

14 de setembro de 2010

Como diminuir a vontade de comer doce.

O maior inimigo da mulher é o descontrole inclusive durante a TPM as dietas e todo o objetivo imposto para perder peso pode ir “para o ar” durante uma crise nervosa, de ansiedade e estresse alguns alimentos e hábitos podem ajudar a controlar esta impulsão pelos alimentos mais calóricos que desregulam qualquer dieta. Não adiantam reforçar o café da manhã e seguir a dieta que o nutricionista indicou muitas frutas, verduras, saladas etc. Uma panela de brigadeiro e um pirex de pudim pode acabar com seu sonho e isso é questão de minutos para a sensação de culpa por ter estragado a dieta venha a “tona”. Existe uma dieta do amargo que acostuma o organismo a consumir alimentos menos açucarados como chocolate amargo, vegetais verdes escuros, frutas cítricas entre outros pode ser uma ótima opção além de te ajudar a perder peso.
Alimentos como agrião, quiabo, rabanete, escarola, aipo, nabo, endívia, chicória, berinjela, couve, catalônia, almeirão, acelga, jiló, rúcula, nabo além de chás de camomila, erva-doce, melissa, chá preto, boldo, chá verde, carqueja, garcínia, sucos de acerola e limão podem contribuir para controlar o desejo por doces desde que sejam sem açúcar ou adoçante. Outros alimentos naturais podem estar incluídos nesta dieta rica em propriedades capazes de inibir a vontade e a compulsão pelas guloseimas, uma fruta muito popular no nordeste do país é o koubo e já foi confirmado cientificamente que ele possui Omega 3, vitamina C, fibras além de estimular a insulina no organismo, porém é uma fruta com valor alto e difícil de encontrar assim como a erva Gymnema Manga nativa da Índia e após duas horas de ingestão é inibida a vontade de comer doces e ainda é diurética, o sucesso da erva foi tão grande que a industria farmacêutica resolveu investir criando cápsulas e até sprays para tratamentos de perda de peso, mas somente com a prescrição médica.
O descontrole e o desejo impulsivo por comer doces podem estar relacionados ao estressa e a ansiedade para estes problemas o mais indicado é sem dúvidas alimentação saudável associada com a prática de atividade física, com certeza com esta união não sobrará tempo para sentir vontade de comer uma lata de leite condensado.

10 de setembro de 2010

Momento Saúde - Massagens Terapêutas

A arte da massagem é muito antiga e até hoje muito praticada em todo o mundo uma das atividades mais comum praticada também por diversas culturas que utiliza diferentes técnicas usadas com as mãos fazendo movimentos constantes e relaxantes, tem como principio ativar a circulação após um dia cansativo os movimentos tem o poder calmante e pode auxiliar em diversos tratamentos como lesões articulares, reorganiza a coluna vertebral, artrite, reumatismo, alivia dores ciática, cervical e lombar, é antidepressiva, anti-estressante, alonga e até ajuda a perder medidas é o caso de diversas técnicas como Sueca, Shiatsu, Reiki, Alongamento Passivo, Quiropraxia, Biomecânica da Coluna Vertebral, Desportiva, Ayurvédica, Redutora, Drenagem Linfática, Cristaloterapia, Bioenergenica, entre outras.



A maioria das massagens tem como principio o relaxamento o que as diferenciam são as técnicas usadas ela pode ser indicada ou não, mas é preciso que toda massagem seja feita por um profissional capacitado, existem também as massoterapias que é uma massagem completamente relaxante que inclui massagem desde o couro cabeludo até o dedão do pé, outra massagem muito popular é a Havaiana que se chama Lomilomi em sua cultura povos antigos acreditavam no poder da cura através do toque com movimentos inspirados nas ondas do mar. Nada melhor do que passar por mãos experientes capazes de fornecer com o toque o relaxamento, as massagens são indicadas para todos e muitos médicos recomendam as massagens como forma de terapia para vários quadros clínicos, e pode até corrigir a postura e a fadiga, hoje em dia é muito comum as pessoas sentirem um “peso” nas costas, músculos cada vez mais tensos e as dores são infinitas e o que falta é tempo para cuidar um pouco mais de si.


Terapia com pedras quentes; um tratamento que utiliza pedras sedimentares e vulcânicas para equilibrar a energia concentrada no corpo, fornece o relaxamento dos músculos beneficiando o organismo, as reações do organismo são orgânicas e fisiológicas.


Massagem relaxante; a técnica mais suave das massagens utiliza leves movimentos com as mãos feito com óleos e cremes que em sua composição utiliza de agentes naturais calmantes fornece sensação de conforto e relaxamento reduzindo a tensão muscular e mental.


Reflexologia; é uma massagem que trabalha diversos pontos do corpo motivando estes como fricções, pressão e massagens seu foco é nos pés, uma técnica que baseia a ativação e melhor funcionamento dos órgãos através de pontos pelo corpo inclusive nos pés, eliminando bloqueios, oxigena todo o organismo e melhora a circulação.


Reiki; é um dos tratamentos de massagem mais tradicionais muito recomendados para mulheres que sofrem com a TPM, depressão, problemas na coluna, síndrome do pânico, dores de cabeça, depressão além de acelerar processos de queimaduras, cortes e outros ferimentos, utilizam uma técnica de transmissão de energia com as mãos impostas nas posições especificas nas costas, cabeça e tórax.
 
 
Nota: Postagem dedicada a minha amiga massoterapêuta.

Momento Saúde

Retenção de líquido no corpo

O inimigo número um de mulheres que desejam afinar a silhueta, a retenção de líquidos causa muito incômodo na hora de experimentar uma roupa e até sapatos, o inchaço causado pela retenção de líquidos pode ser momentâneo, porém pode ser frequente inclusive em pessoas que consomem doses diárias de sal mais do que o recomendado e pode ser resultado de uma alimentação incorreta rica em alimentos industrializados, embutidos, conservantes, corantes além do sedentarismo e estresse, a retenção de liquido é causada pela água acumulada em excesso no organismo causado pelos fatores que foram citados. Um dos problemas mais graves causado pela retenção de liquido é a insuficiência renal.



Nas mulheres este problema pode acontecer com mais frequente devido à oscilação de hormônios causada todo mês isso faz com que o organismo saia um pouco de seu ritmo comum alterando o apetite e causando estresse, a retenção pode causar o aumento de peso momentâneo para evitar este desconforto tente mudar alguns hábitos como, por exemplo, se alimentar melhor de forma saudável e moderada, evitar gorduras e frituras, consumir muitas frutas, verduras e legumes, evite também alimentos industrializados com alto teor de sódio, refrigerantes podem influenciar opte por chás, sucos e muito água, a prática de exercícios físicos é mito recomendada pelo fato de fazer com que o corpo libere este acumulo que causa a retenção através do suor.

 
Uma grande aliada para evitar a retenção são as massagens terapêuticas inclusive a drenagem linfática que ajuda a drenar a água retida pelo organismo, a drenagem linfática pode ajuda muito quando realizada por um profissional ela pode liberar toxinas e líquidos acumulados que são estimulados pelos movimentos e todo o liquido é liberado através da urina, outra opção são os cremes relaxantes através da hidratação o corpo ativa melhor a circulação do sangue em determinadas áreas inclusive, barriga, coxa e glúteos os movimentos ao passar o creme também podem influenciar, uma ótima dica é fazer escalda pés após um dia cansativo com ervas aromáticas, água morna e bolinhas de gude no fundo do recipiente ajuda a ativar a circulação sanguínea logo em seguida deixe as pernas levemente para cima com o apoio de uma almofada grande atrás dos joelhos, mas não se esqueça que o acompanhamento médico é indispensável.

Momento Saúde - Doenças comuns na infância

Durante a infância o corpo está se desenvolvendo e criando imunidades que agem contra doenças, quando a criança entra em contato com estas doenças inclusive as virais a imunidade do corpo sofre uma queda porque não é forte o suficiente para imunizar o organismo causando os primeiros sintomas da doença. Este é um dos principais motivos que levam as mães a se preocuparem tanto com a proteção de seus filhos, a idade que é preciso mais cuidado é até os dez anos acredita-se que toda a função de imunidade da criança ainda não está completamente fortalecida por isso que é na alimentação que as mães devem procurar por esta proteção.



É muito comum as crianças adoecerem devido à catapora, amigdalite, sarampo, resfriados, faringite, rubéola, crupe, escarlatina, caxumba, conjuntivite, laringite, otite, impetigo, vulvovaginite, balanopostite, diarréia, vomito, bronquiolite, anemia ferropriva, brotejas, gripes, dermatite atópica, entre outros. Todas estas doenças costumam não ser de nível grave, porém é preciso muito cuidado e ajuda médica esta atenção especifica evita maiores complicações futuras e no caso podem acontecer, alguns alimentos pode fortificar o sistema de imunidade das crianças e são extremamente importantes para esta fase de desenvolvimento e fortalecimento das defesas naturais do organismo. Os alimentos que podem agir fortalecendo a imunidade do organismo devem ser ricos em acido fólico encontrado no espinafre, brócolis, rúcula e couve, complexo B encontrados em pães integrais, quinoa e outros cereais, Omega 3 também é excelente no fortalecimento da imunidade pode ser encontrado nos ovos e peixes e também possuem vitamina D, a vitamina C é uma das grandes aliadas deste time encontrada em muitos alimentos inclusive nas frutas cítricas como morango, abacaxi, kiwi entre outras, probióticos encontrados no iogurte são essências para a formação das imunidades do intestino.


A cebola, o alho e o alecrim possuem substâncias que impedem replicações de vírus sobre as células, além da ingestão de muito liquido é essencial hidratar o corpo da criança nesta fase com muita água, sucos e chás. A higiene também é fundamental é preciso desde cedo ensinar gestos comuns como lavar as mãos após as refeições, tomar banho corretamente, inclusive o processo de higienização dos alimentos também é fundamental para garantir a saúde do seu bebê. As vacinas devem ser tomadas de acordo com a caderneta de vacinação e são muito importantes para combater doenças típicas e graves.
 

Tendências de acessórios verão 2010

O verão é uma das estações mais esperada durante o ano em todo o mundo, as pessoas ficam até mais alegres, saem para passear, se vestem com mais conforto, as cores tomam conta das roupas, o floral sempre estampa o clima quente, biquínis, praia enfim o verão combina muito com o brasileiro inclusive as mulheres que não deixam de passar a estação dentro da moda e as tendências deste verão promete muitas cores e acessórios para dar muito mais estilo a qualquer figurino. Podemos dizer que tendências de moda não são apenas roupas e sapatos, mas vai muito mais além do que imaginam as tendências da próxima estação inclui cores de esmaltes, cortes e cores de cabelos, maquiagem e claro os acessórios incluindo desde bolsas até brincos. Os óculos trouxeram uma versão já conhecida para quem viveu na década de cinqüenta o estilo gatinho o modelo mais retangular será o “hit” da próxima estação juntamente com o modelo aviador que é considerado um estilo básico e para todas as ocasiões.


O que muitos temiam durante anos pode também voltar com tudo pelo menos na Europa foi sucesso absoluto as pochetes, pulseiras e colares estão com uma proposta mista para a próxima estação prometendo misturar perolas com metais, dourados com acrílico, outra aposta também são as minibolsas e carteiras para eventos mais casuais, o plástico também estará compondo alguns acessórios, as cores fluo estão com tudo mesmo inclusive nos acessórios, os cintos são para usar e abusar nunca em nenhum verão o cinto será tão citado de diversas formas e cores, os mais finos marcando a cintura será a promessa.

Lei da Cadeirinha

O uso da cadeirinha passou a ser obrigatório no Brasil e quem for flagrado transportando crianças com menos de sete anos no banco traseiro ou dianteiro e sem o uso de cinto de segurança pode ser multado em até 191,54 e mais sete pontos na carteira, isso está gerando muito polemica desde a data que passou a valer a lei que foi no dia primeiro de setembro de 2010 apesar de ser a solução mais segura de transportar a criança no veiculo pode não ser nada prático ter que carregar a cadeirinha que além de grande é preciso montá-la e o preço não é muito acessível podendo custar mais que mil reais e a mais barata não sairão por menos que duzentos reais. A Organização Mundial da saúde afirma que o uso correto da cadeira pode diminuir as chances de morte em até 70% em casos de acidentes.

É muito comum vermos crianças soltas brincando, deitadas dormindo e até em pé no banco traseiro, a possibilidade de algo mais grave acontecer em caso de acidente é muito grande quando não estão posicionados devidamente no banco e com o auxilio do cinto, a cadeira serve exatamente para não ter desculpa de que o cinto não serve na criança, o que muitas mães e pais alegam que temem o cinto enforcar assim o cinto de segurança perde sua “segurança”. A lei é válida para veículos com menos de 3,5 toneladas e não é aplicada em táxi, transportes escolares e coletivos e veículos que possuem apenas cintos de dois pontos geralmente os que foram fabricados até o ano de 1998, desde que as crianças com menos de dez anos sejam transportadas no banco dianteiro com o dispositivo de suporte ou as de quatro a sete anos no banco traseiro com o cinto de dois pontos e sem o dispositivo de suporte.

O mais importante para os pais não é fugir da multa e dos pontos na carteira, mas sim colocar a segurança de seus respectivos filhos em primeiro lugar, a cadeirinha ou assento de elevação não serve apenas para oferecer mais conforto as crianças, mas sim a completa segurança de que se no caso de acidente a criança não correr o risco de ser jogada para fora do veículo, além de tranqüilizar pais e mães sabendo que podem dirigir sem ter que se preocupar se o filho está sentando ou não, na hora de escolher o dispositivo avalie se é compatível com o peso e altura da criança para garantir a eficiência do produto. Bebês com menos de um ano devem ser transportados no bebê conforto, a partir de um ano de idade até os quatro devem ficar na cadeirinha e até os setes anos e meio sobre o assento de elevação e todos com o cinto de segurança devidamente ajustados e presos as crianças.

8 de setembro de 2010

O sabor de perder.

Nasrudin viu um homem sentado na beira de uma estrada, com ar de completa desolação.
- O que o preocupa? – quis saber.

- Meu irmão, não existe nada interessante na minha vida. Eu tenho dinheiro suficiente para não precisar trabalhar e estava viajando para ver se havia alguma coisa curiosa no mundo.


Entretanto, todas as pessoas que encontrei nada tem de novo para me dizer, e só conseguem aumentar meu tédio.
Na mesma hora, Nasrudin agarrou a mala do homem e saiu correndo pela estrada. Como conhecia a região, rapidamente conseguiu distanciar-se dele, pegando atalhos pelos campos e colinas.
Quando se distanciou bastante, colocou de novo a mala no meio da estrada por onde o viajante iria passar e escondeu-se por detrás de uma rocha. Meia hora depois o homem apareceu, sentindo-se mais miserável que nunca, por causa do ladrão que encontrara.
Assim que viu a mala, correu até ela e abriu-a, ofegante. Ao ver que seu conteúdo estava intacto, olhou para o céu cheio de alegria, e agradeceu ao Senhor pela vida.



Certas pessoas só entendem o sabor da felicidade, quando conseguem perdê-la”, pensou Nasrudin, olhando a cena.


(Paulo Coelho)

 
Nota: Não podemos ficar reclamando dos passos equivocados que damos e sim o que tiramos como lição de vida para uma nova etapa a viver. Todas essas experiências me fez ver o mundo de outro forma. É uma aprendizagem necessária para o crescimento das nossas almas.

4 de setembro de 2010

Porta Retrato - Caio Fernando Abreu

Tinha secado: esse era talvez o ponto. Não a palavra exata, que já não tinha essas pretensões, mas a mais próxima. Sabia pouco a respeito de árvores, ou sabia de um jeito não-científico, desses de tocar, cheirar e ver, mas imaginava que o processo interno de ressecamento começasse bem antes da morte aparecer no verde brilhante das folhas, na polpa dos frutos ou na casca do tronco. Não era evidente nem externo ou explícito o que padecia. E padecia?  Perguntava-se detalhando os traços com as pontas dos dedos, nada que revelasse na umidade da boca ou num contorno de nariz — uma dor? Não era assim. Gostaria de voltar atrás, com sentimentos curtos e claros feito frases sem orações intercaladas, iluminar aos poucos, um mineiro, uma lanterna, o poço fundo, uma linguagem? A unha batia contra o dente. Contatos assim: uma coisa definida chocando-se com outra definida também. E não só contatos, emoções, linguagens. Quase analfabeto de si mesmo, sem vocabulário suficiente para explicar-se sequer a um espelho. Não queria assim, esses turvos. Não queria assim, esses vagos. Sem nenhum humor. Sem nada que pulsasse mais forte que o frio cuidado com que desordenava-se, um gole disciplinado de vodca quando alguma corda do violino rebentava em plena sinfonia e, no meio do palco, impossível deter o acorde. Unicamente imagens assim lhe ocorriam, essa coisa das árvores, das gramáticas, das minas, dos concertos. Elegantemente, sempre. As luvas brancas, as longas pinças esterilizadas com que tocava sem tocar o todo, o tudo e o si. Um vício que lhe vinha quem sabe da mania de ouvir música erudita, mesmo enquanto apenas vivia, antes os fones nos ouvidos que os gritos na vizinhança. E por mais que afetasse um ar de quem lentamente cruza as pernas em público, puxando com cuidado as calças para que não amarrotassem, saberia sempre de sua própria farsa. Tão consciente- mente falsa que sua inverdade era o que de mais real havia, e isso nem sequer era apenas um jogo de palavras.




A grande mentira que ele era, era verdade. Ou: a mentira nele nunca fora fraude, mas essência. Seu segredo mais fundo e mais raso, daí quem sabe a surpresa branca de quando ouvira um quase-amigo dizer que não passava de uma personagem. Prometera-se sentimentos sem intercalados, mas sentia agora uma necessidade de explicar ao ninguém que superlotava sua constante platéia, com ele sempre fora assim: quase-amigos, nada de intimidades. Mas voltando atrás no ir adiante: uma surpresa quê. Não, não uma surpresa quê. Uma não-surpresa surpreendida, pois como e porque se fizera visível e dizível naquele momento o que nem sequer alguma vez escondera? Perdia-se, não eram teias. Nem labirintos. Fazia questão de esclarecer que sua maneira torcida não se tratava de estilo, mas uma profunda dificuldade de expressão. Por esse lado, quem sabe? As emoções e os pensamentos e as sensações e as memórias e tudo isso enfim que se contorce no mais de-dentro de uma pessoa — tinham ângulos? Havia lados mais como direi? Fragmentava-se: era os pedaços descosturados de uma colcha de retalhos. Pedia atenção aqui, por favor, mais por gestos, entonações ou simplesmente clima, e regirava: era os retalhos, um por um, não a colcha, ele. Desde o xadrez vermelho ao cetim roxo sem estampa, e assim por diante, todos. Quase parava de aborrecer-se então, como quem troca súbito uma peça para violino e cravo por um atabaque de candomblé. O leve tédio suspenso como poeira espanada logo voltava a desabar. O bocejo era a compreensão mais amarga que conseguia de si mesmo. E posto isso, cabia a seguir qualquer atitude desesperada como casar, tentar o suicídio, fazer psicoterapia ou um concurso para o Banco do Brasil.




Localizava-se, mais fácil assim, dando nome às coisas. Um entusiasmo tênue como o gosto de uma alface. Isso, estar, ser. Uma vontade de interromper- se aqui, paladar estragado pelo excesso de cigarros tentando inutilmente dar um nome ao gosto que fugia entre os dentes. Em algum quarto, há muito não sabia de línguas no seu corpo, ou tão sabidas tinham se tornado que. Vacilava entre a certeza quase absoluta de estar alcançando qualquer coisa próxima de uma sabedoria inabalável, alta como um minarete, gelada como um iceberg — melhor assim: uma montanha de compreensão sem dor de todas as coisas. Ou, talvez o ponto, nem icebergs, nem minaretes — mas árvore. Inventava com os olhos no ar vazio à sua frente um verde copado de sumarentos frutos, como se diria num outro tempo, se é que alguma vez se disse, dizia sim, dizia agora, desavergonhado e frio. Verde copado de sumarentos frutos. Folhagem de seda lustrosa. Tronco pétreo ancestral. O seco invisível como verme instalado no de-dentro. Impressentível, sob a casca, caminhando lento, questão de tempo, apenas, e semente contendo o galho crispado, mão de bruxa, roendo. Tinha dois olhos duros. Dois olhos grandes de quem vê muito, e não acha nada. Tinha secado, era certamente esse o ponto. Nunca a palavra exata, esclarecera de início. Já não tinha mais essas pretensões.



Nota: a verdade e absurda no plural  e a gente fala muito por falar.

Ѽ Apenas uma Maça! Caio Fernando Abreu

Dedicação da postagem a
Caio Fernando Loureiro de Abreu
(Santiago, 12 de setembro de 1948 — Porto Alegre, 25 de fevereiro de 1996) foi um jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro.

Apontado como um dos expoentes de sua geração, a obra de Caio Fernando Abreu, escrita num estilo econômico e bem pessoal, fala de sexo, de medo, de morte e, principalmente, de angustiante solidão. Apresenta uma visão dramática do mundo moderno e é considerado um "fotógrafo da fragmentação contemporânea".



Nota: É tão bom quando ouvimos ou lemos algo com que nos identificamos.


Biografia


Caio Fernando Abreu estudou Letras e Artes Cênicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde foi colega de João Gilberto Noll. No entanto, ele abandonou ambos os cursos para trabalhar como jornalista de revistas de entretenimento, tais como Nova, Manchete, Veja e Pop, além de colaborar com os jornais Correio do Povo, Zero Hora, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo.


Em 1968, perseguido pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), Caio refugiou-se no sítio de uma amiga, a escritora Hilda Hilst, em Campinas, São Paulo. No início da década de 1970, ele se exilou por um ano na Europa, morando, respectivamente, na Espanha, na Suécia, nos Países Baixos, na Inglaterra e na França.


Em 1974, Caio Fernando Abreu retornou a Porto Alegre. Chegou a ser visto na Rua da Praia usando brincos nas duas orelhas e uma bata de veludo, com o cabelo pintado de vermelho. Em 1983, mudou-se para o Rio de Janeiro e, em 1985, para São Paulo. A convite da Casa dos Escritores Estrangeiros, ele voltou à França em 1994, regressando ao Brasil no mesmo ano, ao descobrir-se portador do vírus HIV.
Antes de falecer dois anos depois no Hospital Mãe de Deus em Porto Alegre, onde voltara a viver novamente com seus pais, Caio Fernando Abreu dedicou-se a tarefas como jardinagem, cuidando de roseiras. Ele faleceu no mesmo dia em que Mário de Andrade: 25 de fevereiro.



Bibliografia


Inventário do Irremediável, contos;

Limite Branco, romance;

O Ovo Apunhalado, contos;

Pedras de Calcutá, contos;

Morangos Mofados, contos;

Triângulo das Águas, novelas;

As Frangas, novela infanto-juvenil;

Os Dragões não conhecem o Paraíso, contos;

A Maldição do Vale Negro, peça teatral;

Onde Andará Dulce Veiga?, romance;

Dov'è finita Dulce Veiga?, novela;

Bien loin de Marienbad, novela;

Molto lontano da Marienbad, contos;

Ovelhas Negras, contos;

Mel & Girassóis, antologia;

Estranhos Estrangeiros, contos;

Pequenas Epifanias, crônicas;

Teatro Completo;

Cartas, correspondência;

I Draghi non conoscono il Paradiso, contos;
 
Teatro
O homem e a mancha
Zona contaminada



Tradução
A arte da guerra, de Sun Tzu, 1995 (com Miriam Paglia).

A balada do café triste, de Carson McCullers, 1991.




Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Trechos II - Caio Fernando Abreu

"E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não queria fazer mal a você. Não queria que você chorasse. Não queria cobrar absolutamente nada. Por que o Zen de repente escapa e se transforma em Sem? Sem que se consiga controlar".







“Um dia de monja, um dia de puta, um dia de Joplin, um dia de Tereza de Calcutá, um dia de merda enquanto seguro aquele maldito emprego de oito horas diárias para poder pagar essa poltrona de couro autêntico onde neste exato momento vossa reverendíssima assenta sua preciosa bunda e essa exótica mesinha de centro em junco indiano que apóia vossos fatigados pés descalços ao fim de mais uma semana de batalhas inúteis, fantasias escapistas, maus orgasmos e crediários atrasados. “






“Claro que deve haver alguma espécie de dignidade nisso tudo, ,a questão é onde, não nesta cidade escura, não neste planeta podre e pobre, dentro de mim? Ora não me venhas com autoconhecimentos-redentores, já sei tudo de mim, tomei mais de cinqüenta ácidos fiz seis anos de análise, já pirei de clínica, lembra? você me levava maçãs argentinas e fotonovelas italianas, Rossana Galli, Franco Andrei, Michela Roc, Sandro Moretti, eu te olhada entupida de mandrix e babava soluçando perdi minha alegria, anoiteci, roubaram minha esperança, enquanto você, solidário e positivo, apertava meu ombro com sua mão apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage, a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada, teu potencial criativo, tua lucidez libertária, bababá bababá. As pessoas se transformavam em cadáveres decompostos à minha frente, minha pele era triste e suja, as noites não terminavam nunca, ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei, e cadê a causa, cadê a luta, cadê o potencial criativo?”






"Em luta, meu ser se parte em dois. Um que foge, outro que aceita. O que aceita diz: não. Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é. Agora. No que está sendo. Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sendo é coragem. Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver."





"Quando te falo da idade, quando te falo do tempo, e não tivemos tempo - queria te falar de Cronos, Saturno, da volta pelo Zodíaco quando se completa 30 anos. A tua estrela é muito clara, tem sinais bons na tua testa. Compreendo teu Plutão e a Lua encarcerados na casa XII - as emoções e paixões aprisionadas -, e também Urano, todo o impulso bloqueado. Na mesma casa, a do Karma, a dos espíritos que mais sofrem, tenho também o Sol, Mercúrio e Netuno. Somos muito parecidos, de jeitos inteiramente diferentes: somos espantosamente parecidos. E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim - para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura. Perdoe a minha precariedade e as minhas tentativas inábeis, desajeitadas, de segurar a maçã no escuro. Me queira bem."
 
 
(Caio Fernando Abreu)

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  • Confiar - Filme
  • A Bela Adormecida - Filme
  • Pedras de Calcutá - Caio Fernando Abreu
  • O Ovo Apunhalado - Caio Fernando Abreu
  • Morangos Mofados - Caio Fernando Abreu
  • As Frangas - Caio Fernando Abreu
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Isso é escrever

“Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja. Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia. Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicto que nada é para sempre." (Gabriel García Márquez)

Definição

"Me mande mentalmente coisas boas. Estou tendo uns dias difíceis, mas nada, nada de grave. Dias escuros sem sorrisos, sem risadas de verdade. Dias tristes, vontade de fazer nada, só dormir. Dormir porque o mundo dos sonhos é melhor, porque meus desejos valem de algo, dormir porque não há tormentos enquanto sonho, e eu posso tornar tudo realidade. Quando acordo, vejo que meus sonhos não passam disso, sonhos; e é assim que cada dia começa: desejando que não tivesse começado, desejando viver no mundo dos sonhos, ou transformar meu mundo real num lugar que eu possa viver, não sobreviver."
(CFA)

Pausado

Pausado
"Tô feliz, to despreocupado, com a vida eu to de bem"

Quem sigo

Um Pouco

"Mas como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim. A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes. Porque aprendi, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica. Dá sempre pra tirar um coelho da cartola. E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, tentar acertar os passos. Sem me preocupar se a próxima etapa será o tombo ou o voo. Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que não dá é pra ficar parado. Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim.” (Caio Fernando Abreu)